Por que novembro sempre recebe o benefício da dúvida? É realmente uma vantagem de mercado, ou apenas um “efeito placebo de calendário” que os traders utilizam quando os fundamentos ficam silenciosos? Historicamente, os principais índices de ações tendem a subir em novembro.
O cenário está montado: a inflação finalmente está desacelerando em direção às metas dos bancos centrais (o núcleo do PCE dos EUA ficou em torno de 2,1% em abril), e os principais bancos centrais estão falando em cortes. O Federal Reserve manteve as taxas em junho de 2025, mas ainda previu dois cortes de um quarto de ponto neste ano.
A semana foi marcada por incertezas políticas e dados mistos entre as principais economias. Nos Estados Unidos, a paralisação parcial do governo entrou na terceira semana, atrasando a divulgação de vários indicadores econômicos. Parlamentares sugeriram uma possível resolução, mas nenhum avanço concreto foi alcançado antes do fim de semana. A paralisação também aumentou a volatilidade nas expectativas sobre a política do Federal Reserve (Fed). O mercado continua confiante em um corte de 25 pontos-base na reunião de 29–30 de outubro, mas os dirigentes têm poucos dados novos para orientar suas decisões. O índice de preços ao consumidor (CPI) de setembro, divulgado em 24 de outubro, subiu 0,3% no mês e 3,0% no ano, ligeiramente acima das previsões.
O preço do ouro despencou bruscamente entre segunda e terça-feira, apagando os ganhos da semana anterior e provocando forte volatilidade. A queda foi de cerca de 6% nesses dois dias — a maior queda diária em mais de uma década — e ocorreu sem um gatilho de notícia claro. Os investidores agora se perguntam: após nove semanas consecutivas de alta, isso foi apenas uma realização de lucros ou o primeiro sinal de algo mais sério?